Atendimento Educacional Especializado
AEE Para alunos com Surdez
Conforme
nos lembra Damázio, Alves e Ferreira (2009, p.08)
“Pensar
e construir uma prática pedagógica, que se volte para o desenvolvimento das
potencialidades das pessoas com surdez, é fazer com que está instituição esteja
preparada para compreender essa pessoa em suas potencialidades, singularidades
e diferenças e em seus contextos de vida”.
As
experiências por mim vividas, que resultaram nas idéias e alternativas que aqui
proponho, foram marcadas pela presença e participação de muitas pessoas. Sou profundamente
grata a tutora Alessandra, a Grasi, aos companheiros de estudo, a vários
autores, em especial Damázio pelo privilegio de compartilhar sua sabedoria, na
condição de aprendiz, assim como de usufruir seu estimulo e de sua
disponibilidade. Gostaria de deixar um carinho especial ás crianças e
professores com quem tenho trabalhado nos últimos anos, tentando compreender
melhor como se aprende e se pode ensinar Pessoas com Surdez.
Infelizmente,
a cultura surda é bastante pobre. Se na escola os professores agissem como eu
almejo, tenho certeza de que as pessoas com surdez cresceriam mais
culturalmente. Não estou querendo me colocar num pedestal, mas na minha vida
como surdez, e com tantos anos de trabalho com alunos com Surdez, sempre
pesquisando, comprando livros e lendo bastante, vi e vejo que essa é uma forma
positiva de ampliar o conhecimento das pessoas com surdez. Infelizmente, os
trabalhos são muito diversificados nas escolas, não há ainda uma forma
homogênea de educação para a surdez e isso é ate normal, pois, enquanto alguns
preferem a comunicação total, outros, o bilingüismo, outros, a língua de
sinais, outros, o português sinalizado e, ainda outros, a língua oral. Assim,
percebe-se que nem a pessoa com surdez consegue saber qual seria o melhor
caminho a ser adotado. Porem, sem duvida, o caminho mais importante é dar a
eles meios de comunicação seguros.
(RELATO
ESCRITO DE DALVA, PROFESSORA SURDA.)
Educação Escolar Inclusiva Para Pessoas
com Surdez.
Estudos realizados na ultima década do século XX e inicio
do século
XXI, por diversos autores e pesquisadores oferecem contribuições á educação de
alunos com surdez na escola comum ressaltando a valorização das diferenças no
convívio social e o reconhecimento do potencial de cada ser humano.
A
inclusão do aluno com surdez deve acontecer desde a educação infantil ate a
educação superior, garantindo-lhe, desde cedo, utilizar os recursos de que
necessite para superar as barreiras no processo educacional e usufruir seus
direitos escolares, exercendo sua cidadania, de acordo com os princípios
constitucionais do nosso pais.
A
escola Inclusiva de pessoas com surdez requer que se busquem meios para
beneficiar sua participação e aprendizagem tanto na sala de aula comum como no
Atendimento Educacional Especializado. Conforme Dorziat (1998), o
aperfeiçoamento da escola em favor de todos os alunos é primordial. Esta autora
observa que os professores precisam conhecer e usar a língua de sinais,
entretanto, deve-se considerar que a simples adoção dessa língua não é
suficiente para escolarizar o aluno com surdez. Mais do que a utilização de uma
língua, os alunos com surdez precisam de ambientes educacionais estimuladores,
que desafiem o pensamento, explorem suas capacidades, em todos os sentidos. De
acordo com Mantoan “a escola tem que ser esse lugar em que as crianças tenham a
oportunidade de serem elas mesmas e onde as diferenças não são escondidas, mas
destacadas.”
O Atendimento Educacional Especializado
Para Alunos com Surdez: Uma Proposta Inclusiva
O Trabalho
pedagógico com os alunos com surdez nas escolas comuns deve ser desenvolvido em
um ambiente bilíngüe, espaço esse em que se utilize a língua de sinais e a
língua portuguesa.
Vejamos
os três momentos-didáticos do AEE:
AEE EM LIBRAS:
Esse
atendimento deve acontecer diariamente, em horário contrario ao das aulas, na
sala de aula comum. A organização didática desse espaço implica o uso de muitas
imagens visuais e de todo tipo de referencias que possam colaborar para o
aprendizado dos conteúdos curriculares em estudo, na sala de aula comum. O
momento do planejamento do AEE é feito pelo professor especializado, professor
da sala comum e professores de língua portuguesa.
AEE DE LIBRAS:
Este
momento inicia com o diagnostico do aluno, e o trabalho é realizado pelo
professor e ou instrutor de Libras. O atendimento deve ser planejado a partir
do conhecimento e diagnostico que o aluno tem a respeito da língua de sinais.
AEE DE LÍNGUA PORTUGUESA:
O
AEE para o ensino de Língua Portuguesa exige que o profissional conheça muito
bem a organização e a estrutura dessa língua, como, metodologias de ensino de
segunda língua. O uso de recursos visuais é fundamental para a compreensão da
língua portuguesa. O atendimento diário garante a aprendizagem dessa língua
pelos alunos e a avaliação do desenvolvimento deve ocorrer continuamente para
assegurar que se conheçam os avanços do aluno e para que se possa redefinir o
planejamento, se for necessário.
Em
suma, o estudo da surdez revela também que temos maneiras diferentes de
aprender o mundo. Mostra que o desenvolvimento dessas formas de apreensão é
sociocognitivo e não ocorre á margem da linguagem e de sua ação constitutiva
com relação ao conhecimento e as praticas humanas.
Fontes de Leitura:
Surdez
e linguagem: aspectos e implicações neurolinguistica/Ana Paula Santana- São
Paulo: Plexus, 2007
Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção.
Lianauda Aquino
Itapiúna-Ceará
Maio de 2014